DISTIMIA E HOMEOPATIA: UM RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A distimia é uma forma de depressão crônica, não-episódica, de sintomatologia menos intensa do que as chamadas depressões maiores [1]. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a utilização de terapêutica homeopática, no caso, com Pulsatilla nigricans, como alternativa para tratamento da distimia. A paciente apresentava sintomas de tristeza edesânimo há 4 anos, associados principalmente a decepções recorrentes nos relacionamentos afetivos. Apresentava, também, um quadro de insegurança, isolamento, timidez, choro fácil, insônia, sintomas de ansiedade somáticos (diarreia e vômitos, dor no estômago, tremores e sudorese nas mãos) e cognitivos (preocupação, antecipação, dificuldade de concentração).Metodologia: A paciente foi acompanhada no ambulatório da APH por 7 meses. No final da 1a, 2a, 4a e 7a consultas (mês 0, 1, 3 e 7) a paciente foi orientada a preencher 2 questionários auto-aplicáveis: Inventário de Depressão de Beck (IDB) e Inventário de Ansiedade de Beck (IAB), que avaliam níveis de depressão e ansiedade, respectivamente. Resultados: A síndrome mínima de valor máximo utilizada na repertorização homeopática foi: falta de confiança,tristeza, transtorno por antecipação, transtorno por decepção, lamentação e melhora ao ar livre. Na avaliação do IDB e do IAB, observou-se ao longo do tratamento redução significativa nos escores de depressão (escore inicial de 18 pontos e escore final de 3 pontos) e de ansiedade (escore inicial de 23 pontos e escore final de 2 pontos), respectivamente. No início do tratamento a paciente possuía níveis de depressão leve e ansiedade moderada, ao final do tratamento a paciente apresentava níveis mínimos de ansiedade e depressão. Conclusões: Os resultados sugerem que a homeopatia pode ser uma alternativa terapêutica no tratamento da depressão, mas estudos randomizados e controlados são necessários para se testar a eficácia e segurança do tratamento homeopático dos transtornos distímicos.