O PODER SOBRE A VIDA: OS CORPOS REGIDOS PELA PRÁTICA BIOMÉDICA VERSUS CORPOS DE INTENSIDADES
Resumo
Realizar um estudo histórico sobre o corpo foge ao escopo desse artigo devido a sua amplitude e complexidade, abrangendo estudos específicos relacionados a campos como a Sociologia, a Antropologia, a História, e, dentre outros, a própria medicina. De acordo com Separavich e Canesqui (2010), os estudos de Marcel Mauss (2003 [1934]) e Margaret Mead (2000 [1935]) “revelaram que, embora possa ser atribuída uma materialidade universal ao corpo, as definições, as disposições corporais e seus significados são múltiplos. Decorrente dessa heterogeneidade nos modos de conceber o corpo, as concepções do que é saúde e doença também possuem tradição múltipla” (p. 251). Conforme Cecil G. Helman (1994) para “os membros de todas as sociedades, o corpo humano é mais do que um simples organismo físico oscilando entre a saúde e a doença. É também o foco de um conjunto de crenças sobre seu significado social e psicológico, sua estrutura e funcionamento. A expressão ‘imagem do corpo’ é usada para descrever todas as formas com que um indivíduo conceitua e experiencia o próprio corpo, consciente ou inconscientemente” (p. 30), variando a cada sociedade e momento histórico em que se definem: incluem crenças acerca da forma e tamanho ideais do corpo, crenças de sua estrutura interna e crenças sobre suas funções.
Dito isso, trago a intenção de refletir sobre o corpo, trazendo alguns elementos históricos para chamar a atenção para a ocorrência de determinadas condições – saberes e conhecimentos médicos, crenças religiosas, conflitos e invasões territoriais, relações entre saberes médicos e científicos, urgências econômicas, políticas e sociais, dentre outros aspectos sociohistóricos – imbricadas à produção das práticas e intervenções médicas, no corpo, como também ao governo da vida, com a intenção de chamar atenção para praticas médicas integrativas que se sustentam em uma visão de corpo de intensidades.
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ISSN: 2175-3105