AVALIAÇÃO CLÍNICA DE CAMUNDONGOS INFECTADOS POR TRYPANOSOMA CRUZI TRATADOS COM BENZNIDAZOL DILUÍDO

Katiucha R.J.L. Lera, Mateus J. Benvenutti, Denise L. Aleixo, Paula F. Massini, Silvana M. de Araujo

Resumo


A infecção por Trypanossoma cruzi é um problema de saúde pública e o único medicamento disponível no Brasil é o benznidazol (BZ), com efeitos limitados e tóxicos. Estudos anteriores com BZ na dose de 200 mg/kg indicaram que a administração de BZ diluído (30d) controla os efeitos tóxicos da droga em dose ponderal, sem alterar a sua ação terapêutica. Sob essa perspectiva e considerando a ação do BZ dose dependente, aumentar a quantidade de droga administrada significaria uma melhora na eficácia do tratamento. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do BZ ponderal (BZP), na dose de 500 mg/kg associado com BZ diluído (BZD) nos parâmetros clínicos de camundongos infectados por T. cruzi. Em estudo cego, controlado e randomizado, foram utilizados 23 camundongos suíços, machos, com 8semanas divididos em grupos: CNI - Não infectados e não tratados; CI - Infectados e tratados com álcool 7 %; BZP - Infectados tratados com BZ (500 mg/kg de peso/ animal) a partir do início da infecção; BZP + BZD - Infectados e tratados com a associação de BZP e BZD. Os medicamentos foram administrados por gavagem (0,2 mL/ dia/ animal). O BZP foiadministrado a partir da constatação da infecção. O BZ diluído foi preparado de acordo com a Farmacopeia Homeopática Brasileira e administrado 4 dias após o início do tratamento com BZP. Os parâmetros clínicos, avaliados diariamente, incluíram: peso, consumo de ração e água, temperatura e quantidade de excretas. A análise clínica apontou melhores resultados nos grupos BZP e BZP + BZD, mostrando melhor evolução de peso, consumo de ração, água e excretas quando comparado aos grupos não tratados (p< 0.05). A associação BZP + BZDobteve melhor evolução de peso, consumo de água e produção de excretas (p< 0.05) quando comparada com o grupo tratado BZP, revelando-se uma alternativa para diminuir os efeitos indesejados do medicamento convencional, permitindo o aumento da dose administrada e maior eficácia do tratamento. A associação destes medicamentos deve ser explorada em outras condições clínicas onde existem poucos medicamentos disponíveis e efeitos colaterais quecomprometem a terapêutica.

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